O tempo existe?

Olá M.couto,
como disse o orlando essa é uma boa pergunta mesmo, e que pode gerar controvérsias quando nos desprendemos dos conceitos clássicos. Dizem que o tempo é uma dimensão como as 3 que ordenam o espaço, e que o tempo aparente ou cronológico (perceptível) que usamos para a nossa referência foi uma invenção do homem. Outro exemplo é o tempo psicológico ou do comportamento. Por exemplo, fulano tem trinta anos, mas parece um adolescente, ou porque se comporta como um adolescente. Dizem também que o tempo é o resultado das "circunvoluções dos orbes" em torno do próprio eixo, e que antes do Big Bang o tempo não existia passando a existir depois. Segundo Einstein ele é uma ilusão: "A distinção entre passado, presente e futuro não passa de uma firme e persistente ilusão". Mas então o tempo é mesmo uma ilusão? A Relatividade Geral prevê que o universo começou com uma singularidade, mas essa teoria não pode provar nada até depois do Big Bang, e isso significa que o nosso universo observável pode não ser toda a história. De fato os astrofísicos sabem hoje que 95% do universo observável são como se nunca tivessem existido, e para preencher esse vazio eles inventaram a matéria escura e a energia escura. O tempo conhecido como uma invenção do homem (tempo cronológico) pode avançar ou retroceder de uma latitude para outra por causa do fuso horário, e as pessoas que passam por fusos horários em pouco tempo são afetadas pela "doença do fuso horário" ou jet lag, cujos sintomas (que não são uma ilusão) variam desde a irritação, dores de cabeça, alterações nos padrões de sono, da fome e até mesmo no ritmo cardíaco, e quando passar de quatro horas a diferença de horário entre o ponto de partida e o de chegada eles são ainda mais evidentes.
Para responder a sua pergunta, se tivermos de considerar que todas as possíveis condições iniciais que poderiam ter evoluído para um universo como o nosso aconteceram do passado para o futuro, então o tempo poderia ser um fato observado e não uma ilusão das nossas mentes.

QUELUZ SARMENTO VILELA escreveu:Então, não seria esse "senhor", resultado geométrico da matéria desde a singularidade pré "Big Bang"

Olá QUELUZ ARMENTO, seja bem vindo ao AF.
A dificuldade aí é que tanto a singularidade quanto o Big Bang ainda não são teorias conclusivas, mas gostei desse pedaço de um verso sobre o tempo que é a frase "compositor de destinos".

Xevious escreveu:1) Seria possível congelar o Elétron?
2) Seria possível congelar a Luz?
3) Se "eles" congelados, parassem, então indicaria que tudo no universo pode ser parado, congelado, estacionado.. portanto a passagem do tempo não aconteceria nestes experimentos... o resultado é que ele é só uma sensação, e seria relativo as interações físico-químicas
não sendo uma coordenada, nunca seria possível forçar algum deslocamento.. nem pra frente nem pra traz e isso contradiria Einstein

1- E se você levasse em conta o conceito de imóvel ao invés de estático ou estacionário, não poderia constatar a falta de movimento de um elétron que não se move em relação à si mesmo?
2- A amplitude e a fase do pulso de luz podem ser alteradas sem perder as informações desse pulso que continuam congeladas.
3- Especulando então sobre essas "interações" aparentemente elas podem até ser um obstáculo, porque indicam ações recíprocas e consequentemente movimento (o contrário do que você propôs que é um estado estacionário). Por exemplo, as interseções das linhas de latitude e longitude determinam um ponto geográfico de um determinado lugar em relação à outro. Em relação à ele mesmo esse ponto geográfico não se move, entretanto ele está na superfície da terra que se move a cerca de 30km por segundo no espaço interplanetário, arrastada pelo sol que se move em direção a um outro ponto no espaço (Ápex ou um ponto na constelação de Hércules). Mas se a existência de um referencial pode comprovar um deslocamento, se a imobilidade é diferente de se estar parado ou estacionado, com o elétron não se movendo em relação à si mesmo mesmo estando em movimento, ao contrário de estar parado ou estacionado quando indica um sistema de pelo menos duas coordenadas, ele não se moveria em relação a lugar algum, porque aonde quer que fosse ele não estaria sempre dentro do seu próprio orbital mesmo que em movimento? Não poderia ele estar sempre dentro do mesmo lugar, ainda que em movimento para quem está de fora.